domingo, 9 de setembro de 2018

A mentira; preto no branco

“Vós, porém, sois inventores de mentiras; vós todos, médicos que não valem nada. Quem dera que vos calásseis de todo, pois, isso seria vossa sabedoria.” Jó 13;4 e 5

A mentira em apreço: “não vale nada”; a mera ausência dela, mesmo em silêncio, já com predicado valioso; sabedoria. Salomão disse algo semelhante; “Até o tolo, quando se cala é reputado por sábio; o que cerra seus lábios é tido por entendido.” Pro 17;28

Se, o tal não se faz sábio estritamente, por silenciar, mas, atua como tal, como entendido optando por não se exercitar no que ignora.

Porém, com o advento das redes sociais, a ignorância perdeu a modéstia; a postura silenciosa do aprendiz, daquele que observa, lê, ouve em silêncio, inteira-se das coisas antes de falar é rara.

Mas, volvamos à mentira. O Senhor sentenciou no Apocalipse: “Ficarão de fora (do Reino) os cães, os feiticeiros, os que se prostituem, os homicidas, os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.” Apoc 22;15

Espere! Diria alguém; o cara mente para escapar de uma “saia justa”, não por amar; acontece que, diferente da ideia vulgar do amor, não é um sentimento que o aquilata, antes, uma forma de agir; “Se me amais guardai meus mandamentos.” Assim, aquele que vê na mentira um refúgio, sempre que busca alguma conveniência pontual, ama-a, admitindo, ou, não.

Porém, o amor ágape, preceituado aos servos de Deus, entre outras coisas, “não folga com a injustiça, (mentira) mas, folga com a verdade;” I Cor 13;6

Nessas épocas de campanha política, sobretudo, a verdade tem passado fome, enquanto, a patranha exibe-se “sarada” como o Rambo.

Há uma intenção na mentira que a mensura; algumas mentiras verbais não o são no espectro dos fatos. Por exemplo: Um médico que sonega a gravidade de uma doença ao paciente, pois, o choque de saber seria danoso ao seu estado de ânimo e saúde. Agir assim não o faz mentiroso antes, zeloso de sua profissão; da vida a ele entregue; ou, um investigador disfarçado que, mercê do seu trabalho finge ser outra coisa, para não prejudicar seu objetivo de produzir justiça, etc.

Contudo, nem toda a mentira tem a pachorra de ousar diretamente contra a verdade. Às vezes usa meios oblíquos como hipocrisia, cinismo, incoerência, parcialidade...

O hipócrita tem a verdade conceitual nos lábios, mas, em seu modo de agir destoa; falta coração. “Este povo se aproxima de mim com sua boca; me honra com os seus lábios, mas, seu coração está longe de mim.” Mat 15;8

O cínico finge indiferença, desprezo pela moral vigente, se faz se sonso como Caim quando perguntado pelo seu irmão a quem matara; “Acaso sou guardador de meu irmão?”

A incoerência é o que mais se vê. Por exemplo; o cara se diz cristão; ao cristianismo a vida é sagrada, intocável; contudo, por paixões políticas, o sujeito apóia a um que defende o aborto, ou, outras pautas anticristãs. Sua mentira incoerente em determinado momento o fará mau cristão, ou, mau partidário.

A parcialidade também pode dizer como o Ratinho: “Sou feia, mas, tô na moda”. Nossa imprensa corrompida é o espelho mais amplo onde a parcialidade se maquia a cada dia. Basta ver duas entrevistas de “presidenciáveis”; Um que seja desafeto do veículo de imprensa, outro, protegido.

Àquele escrutinarão seu passado remoto, frases da infância, gestos cômicos, sua vida se tornará um sítio arqueológico onde escavarão qualquer “osso” possível; tudo será motivo para apertá-lo de todos os lados. Quem pensou em Bolsonaro pensou bem.

Porém, caso o entrevistado seja um dócil aos entrevistadores, mesmo que seu presente seja cheio de ossos, seus feitos recentes e suas propostas indignas de um gestor nacional, escolherão a dedo perguntas inofensivas e o tratarão como “invertebrado”; quem tem estômago assista a esses mentirosos; a mim causam náuseas.

Ora, se, alguém for perguntado sobre uma frase pretérita infeliz, e, invés de tergiversar, negar, assumir que a disse, de fato, mas, em determinado contexto, e hoje, mais maduro não a repetiria, a bem da verdade aquele “osso” está enterrado. Não para os “jornalistas” militantes. Seu atuar não visa informar, ser verdadeiro, antes, enlamear, mentir, desqualificar.

Alguns, não da imprensa oficial, mas, dos ignorantes sem modéstia disseram que o atentado sofrido por Bolsonaro era uma armação mentirosa em busca de apoio, como se, ele precisasse. Agora que circulam as fotos de seu abdômen todo aberto, nenhum se retrata e diz que sua insinuação era mentirosa.

Enfim, mesmo a mentira não valendo nada e sendo obreira da perdição, ocupa os lugares mais altos, numa nação das mais baixas do mundo nos quesitos decência, vergonha, honradez.

“As grandes massas cairão mais facilmente numa grande mentira do que numa mentirinha.” Hitler

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