domingo, 9 de julho de 2017

A Loucura de Deus

“...tenho chamado por nome a Bezalel, o filho de Uri, filho de Hur; da tribo de Judá; enchi do Espírito de Deus, sabedoria, entendimento, ciência, em todo lavor, para elaborar projetos, trabalhar em ouro, prata, cobre, lapidar pedras para engastar, entalhes de madeira, e, para trabalhar em todo lavor. E tenho posto com ele a Aoliabe...” Ex 31;2 a 6

O contexto era a construção do Tabernáculo. Dentre as várias instruções a Moisés, a escolha de dois artesãos capacitados pelo Espírito Santo para fazer o que O Eterno tencionava; Bezalel e Aoliabe. Comumente olhamos os dons espirituais por outro vetor. Pensamos em Palavra, profecia, milagres, línguas, interpretações; não, algo de viés artesanal.

Nunca dizemos isso, porém, agimos como se, nas coisas materiais o domínio fosse nosso, e “déssemos” a administração das espirituais Ao Criador. Quando se diz: “tirai a pedra” é obra humana; “Lázaro saia para fora!” Divina; isso significa duas coisas: Uma: Milagre é obra espiritual, sobrenatural; outra:um convite à diligência de nossa parte; demonstração de que devemos fazer o que é possível, invés de esperar que Deus o faça por nós. Todavia, não significa que Deus não possa fazer a pedra voar, caso queira. Não carece nossa ajuda; deseja nosso aprendizado.

Todas as belezas contidas na criação, (e são inefáveis) são Obras de Deus; Ele não é tão “Espírito” assim que não possa moldar à matéria como Lhe aprouver. Quando a Bíblia diz que, após a queda restou-nos a Árvore da Ciência e, conhecimento do bem e do mal, alguns desavisados interpretam como um favor do diabo, uma conquista, dadas as grandes possibilidades da ciência. O “fogo” que Prometeu roubou aos deuses e legou aos humanos; uma ova!

A comunhão com Deus antes da queda significava, entre outras coisas, acesso a sabedoria, conhecimento imediato sem carecer aprendizado. Tanto que, Adão deu nomes a todos os seres vivos, sem carecer um sistema, catálogo, ou algo assim, para evitar omissões, ou repetições; era um gigante intelectual.

Nas coisas intelectuais a queda lançou a humanidade da Torre à masmorra. O que era indolor, franco, imediato, passou a ser penoso, obscuro, intangível, impossível para muitos. O feitor desse “upgrade” até hoje segue aprisionando aos que pode, de modo que fiquem alienados da Sabedoria, amor, e Misericórdia do Criador. “...o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4;4

Reduzindo-nos, pois, à sombra da Árvore da Ciência não nos fez nenhum favor, antes, roubou nossa luz forçou-nos a aprender o Braille. Paulo ensinou que a humanidade ganhou certo tempo e espaço, “Para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;27
Poder ler sem ver nos domínios espirituais é dádiva Divina; não devemos por isso ser gratos, a quem nos cegou. Esse foi o “favor” do inimigo.

O problema que a longa prisão no escuro nos deixou sem jeito com a luz, como os prisioneiros da Caverna de Platão. Jesus soou como ameaça, invés de Quem Era; O Salvador. “A luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Afinal, embora se imagine que o progresso do saber seja estritamente intelectual, tem conteúdo espiritual, como ensinou o mais sábio dos humanos, Salomão: “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria, a instrução.” Prov 1;7 “Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade;” Cap 2;6 e 7

Se, nos dias de Moisés dons espirituais foram para modelar pedras, ouro, madeira, agora são para regeneração de vidas, edificação, exercício ministerial proveitoso para Glória de Deus.

Pedro aludiu ao novo “artesanato”: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;5

Os que são moldados saem dos domínios da “ciência” para a sabedoria, os demais, seguem no escuro. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu pela sua sabedoria, aprouve a Ele salvar crentes pela loucura da pregação... Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens...” I Cor 1;21 25

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