domingo, 19 de fevereiro de 2017

Presunção; "nosso" lugar de Deus

“Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.” Rom 1;22

Eis algo bem atual, falta de noção! Aqui, expressa de modo mais amplo. Um abismo entre o que, os tais, diziam de si mesmos, e o que eram, deveras.

“O homem, medida de todas as coisas”, na filosofia de Nietzsche, ou, antropocentrismo, numa abordagem teológica, a absoluta falta de Absolutos, enseja essas discrepâncias entre o juízo particular e a realidade.

Claro que, a constatação de que os pretensos sábios eram loucos, demanda um juízo sábio, superior, de quem possui o Saber Absoluto, Deus. De outra forma, fosse mera opinião de Paulo, seus apontados redarguiriam e fariam a ele a mesma acusação; a coisa se arrastaria indefinida à exaustão.

Há no inconsciente humano um devaneio de que, a liberdade seja absoluta, e não é, nem mesmo para Deus. Quando O Altíssimo diz: “Eu velo pela Minha Palavra para cumprir”, isso O faz “refém” de Sua Própria integridade, sem falar que ama as pessoas, e o amor, de certo modo, aprisiona também.

A fixa dualidade proposta, Deus, ou, inimigo; luz, ou, trevas; verdade, ou, mentira; salvação, ou, perdição; vida, ou, morte; restringe nossa liberdade a uma escolha simples, um lado ou, outro; as consequências virão “de lambuja”. Somos “senhores das escolhas e escravos das consequências.” Como disse Pablo Neruda.

Na verdade, o homem natural, dada sua escravidão às paixões da carne, sequer consegue escolher sozinho o caminho da luz, antes, teme-o. “...a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.” Jo 3;19 e Paulo amplia, expondo o motivo: Escravidão aos pendores carnais, aos instintos naturais. “Porque a inclinação da carne é morte...” Rom 8;6

Os defensores da predestinação advogam que, por essas e outras, os homens não têm escolha. Deus salva Seus escolhidos, sem nenhuma participação humana. Dizem, com acerto, que sem Cristo estão mortos, e perguntam, a título de argumento: “Pode um morto fazer escolhas?” A resposta óbvia parece ser, não. Entretanto, não é tão simples assim. O Salvador disse: “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

Ele coloca no indicativo: Ouvirão. Depois, no subjuntivo; os que ouvirem. Isso implica, necessariamente, uma escolha. Como pode ser? Bem, a confusão deriva de ignorarmos uma regrinha básica de interpretação ensinada por Paulo, onde acusa ao homem natural de não entender, enquanto o espiritual entende, “...comparando as coisas espirituais com as espirituais.” I Cor 2;13
Assim, o morto espiritual é alguém como Adão, pós queda, com consciência pesada, quando não, cauterizada, medo de Deus, escondido. Isso não equivale à não existência. Mesmo assim, objetaria alguém, se a morte é separação de Deus, vida na carne, e essa inclina-se a perdição, como faria, eventual escravo, a boa escolha? Eis uma boa pergunta!

Quando ensinou sobre a necessidade do Novo Nascimento, tanto para ver, quanto, entrar no Reino, O senhor disse que o tal se dá, “Da água e do Espírito.” A “Água” É A Palavra, O Senhor chamou de Água da Vida, quando essa jorra, quando é pregada, digo, O Espírito Santo atua paralelo, possibilitando ao pecador, a entender o básico do que está em jogo, e tenta persuadir a que esse faça a boa escolha. Sem forçar, entretanto, pois, há advertências quanto a não resistirmos ao Espírito. Resistência, óbvio, é escolha.

Minha escolha, por sábia que seja, pois, não me faz livre. Ou me faz servo de Deus, ou, me mantém onde estou na vida natural, que, como o mundo todo, “Jaz no maligno”. Claro que, em Deus, liberdade relativa existe; somos livres para atuar, dentro de parâmetros que não firam Sua Santidade. Alguém já ouviu de uma “Possessão” benigna? Digo, O Espírito de Deus pegando alguém à força? Contudo, legiões de demônios fazem isso todos os dias.

Certa vez, o assunto era homossexualismo, o Faustão disse sob muitos aplausos, que ninguém tinha nada com isso, cada um deveria fazer de sua vida o que quisesse, se intromissão de outrem. Porém, ao dizer como cada um deveria ser, intrometeu-se na vida de milhares que o assistiam. Assim, mostrou-se incapaz de beber o líquido que receitava.

Sempre que alguém nega o devido Lugar ao Criador, acaba, querendo ou não, tomando Seu lugar. Essa é a ideia, disse o capeta, esfregando as mãos! Enfim, pouco ou nada vale o que penso de mim mesmo. Aquele que sabe todas as coisas exporá o juízo perfeito.

Pois, nossa presunção nos inflaciona demais. Alguém disse: “O melhor negócio da Terra seria, comprar os homens pelo que valem, e revendê-los pelo que, pensam que valem.”

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