domingo, 6 de novembro de 2016

O "Poder" da oração

“Rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus; para que seja livre dos rebeldes da Judéia, e que minha administração, que em Jerusalém faço, seja bem aceita pelos santos; para que, pela vontade de Deus, chegue a vós com alegria, possa recrear-me convosco.” Rom 15;30 a 32

Muito pode ser dito sobre esse fragmento da carta de Paulo, porém, quero deter-me sobre um aspecto: “Combatais comigo nas vossas orações... pela Vontade de Deus.” Uma pergunta é necessária em virtude disso: Se, Deus é Todo Poderoso, tem uma vontade formada sobre as coisas, por que devo, ainda, orar pedindo isso?

Ocorrem-me, três razões; a) sedimentar minha dependência Dele; b) exercitar minha confiança no Amor Divino; c) identificar-me com Seu Santo propósito, aprendendo amar o que O Eterno ama. Sendo seres arbitrários, quais, somos, que outra forma melhor de firmarmos nossas escolhas, que, orando?

Amiúde, escolher a Vontade de Deus requer negação da minha, natural, pelo menos. Sem isso, minhas orações, por fervorosas que pareçam, não passam de manifestações egoístas, carnais; têm tudo para dar em nada. O mesmo Paulo ensinou: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual, a boa, agradável, perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

A “Razão” do Espírito, pois, requer sacrifício da natureza caída, o que enseja um andar desalinhado aos valores do mundo, possível, apenas, à aquisição de nova mentalidade, renovado propósito, consorciado ao querer Divino.

Quando, mediante Isaías, Deus propõe para conversão, uma nova mentalidade, enfatiza Sua Grandeza em perdoar, pois, nosso antigo modo de pensar, é pecaminoso, requer arrependimento, perdão. “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos, se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar.” Is 55;7

Desse modo, diverso do que muitos “mestres” fazem parecer, invés de lutarmos em oração até que Deus nos dê o que querermos, devemos orar, para que, sejamos livres de nossas tendências pecaminosas, que ofuscam-nos de ver, que o que Deus Quer para nós, é melhor; muito acima das nossas mais “profundas” orações. “Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são os meus caminhos mais altos do que os vossos, e, meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;9

Assim, nosso “livre arbítrio” não é tão amplo como gostaria a natureza pós queda. Restringe-se a escolher “andar em Espírito”, segundo Deus, ou, na carne, associados ao maligno que conhece e tripudia das suas fraquezas. Não existe “terceira via”; como na eleição americana; pode-se votar na Hillary, ou, no Trump apenas. Quem decidir alienar-se do processo, será governado por um, ou, outro, necessariamente. “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou, do pecado para a morte, ou, da obediência para justiça?” Rom 6;16

A maioria das nossas orações, requer como resposta um não! de Deus, são momentos em que se cala, e, somos incentivados pelo Espírito Santo, a repensar nossos alvos. Fé hígida, invés de supor-se uma força que instigará Deus a fazer o que quer, é, antes, confiança inabalável na Sabedoria e Bondade Divinas, de modo que, sei, que, mesmo não recebendo nada do que desejo, estarei recebendo exatamente o que preciso, pois, Deus me ama, cuida de mim.

Enfim, é vital que conheçamos a Vontade Divina expressa em Sua Palavra, para que, de acordo com ela, façamos nossas orações. Independência espiritual foi um comício da oposição; falso, pois, ao instigar o homem a quebrar sua dependência de Deus, o inimigo o colocou sob dependência sua; ser, desprovido de qualquer virtude, que desconhece a misericórdia.

Sem essa de idolatrar ao “poder da oração”; Elias fez parar de chover por três anos e meio, pois, sabia ser o Propósito Divino; Deus estava julgando um reino apóstata e idólatra. Noutro contexto, não seria ouvido. Assim, a “oração feita por um justo pode muito nos seus efeitos”, porque, os “justos” se deixam transformar segundo a “Mente de Cristo” para conhecerem o Coração do Pai. Tampouco, “poder da fé”; essa, é, antes, um laço afetivo que nos faz agradáveis a Quem possui todo poder. “Sem fé é impossível agradar a Deus...” Heb 11;6

Quando a longanimidade Divina se gasta e Ele decide julgar, oração nenhuma, pode mudar isso. “Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem me supliques, porque eu não te ouvirei.” Jr 7;16

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