domingo, 27 de novembro de 2016

A Fidel o que é de Fidel

“Ao vil nunca mais se chamará liberal; e do avarento nunca mais se dirá que é generoso.” Is 32;5

A dificuldade de chamar às coisas por seus devidos nomes, sobretudo, nos meandros políticos, a falsidade conveniente, comodista, enfim, a hipocrisia, são traços marcantes na marcha do homem caído, divorciado do Criador.

Esses lapsos de moral, verdade, vergonha na cara, ficaram sobremodo evidentes, agora, por ocasião da morte do ditador cubano, Fidel Castro. Com algumas exceções, como Donald Trump, por exemplo, que o definiu como “Um ditador brutal que por quase seis décadas oprimiu seu povo,” a maioria das entrevistas e notas oficiais se esforçaram para colar em Fidel, virtudes que, absolutamente, não possuía. Mesmo Aécio Neves, tratou de dourar a pílula para vergonha de quem, um dia votou nele.

Uma coisa precisa ser clara do ponto de vista cristão: Uma morte é sempre uma morte, e quando se trata de alguém que viveu tão distante dos nossos valores, restam sempre os constrangimentos respeitosos para com a dor de quem, apesar de tudo, tinha laços com o finado, e para com Deus, pois seria contraditório um servo de Deus vibrar com um gol do diabo.

Entretanto, abstraído isso, e visto aquele, pelo que foi em sua vida, morreu tarde, na verdade havia dez anos que estava morto já, não obstante, seu fantasma assombrasse ao povo da ilha ainda, malgrado, a fragilidade pela enfermidade, e os traços da decrepitude.

A Rede Globo esforçou-se para mostrar o “luto” na ilha, esquecendo de considerar que, sempre foi o “braço de ferro”, a imposição da força mediante militares fiéis, a única classe bem assalariada no país, que ele se manteve no poder; assim, como manifestariam seu sentimento assombrados com o temor da repressão brutal que sempre pesou sobre eles? Os cubanos deveras livres, os da Flórida, manifestaram em forma de um carnaval seu “luto”, pois, refugiamos em outro país, estão safos do fantasma tirano, suas garras bélicas e opressoras.

Mesmo sua irmã, Juanita Castro, que vive na América disse que não irá ao seu funeral, tamanha é a mágoa que sente, por ser vítima da opressão também, meramente por divergir politicamente, dele.

Os da linha LGBT que chamam cristãos de homofóbicos, tão somente por discordarem de suas práticas, embora, respeitando seu direito de praticá-las, deveriam estudar melhor os traços pintados por Fidel, e seus comparsas, onde, “el paredón” era a crítica usual contra gente de quem discordavam, fosse, pelas ideias, fosse, pelas práticas, como os gays.

Aquele que um dia pegou em armas pela restauração da democracia, e da liberdade de expressão em seu país, uma vez no poder, nunca mais reconheceu direito à divergência, à vontade legítima de seu povo, tampouco, deu voz a quem ousava discordar dos ideais libertadores de “la revolución”. “Muitos odeiam a tirania apenas para que possam estabelecer a sua.” Platão

Lula lamentou sua morte dizendo que, foi como perder um irmão mais velho. Justiça seja feita, ele está sendo coerente, são mesmo, farinha do mesmo saco. Bem conhecemos esses “socialistas” que tomam a um povo como se fosse seu gado particular, e sentem-se tão protetores, tão indispensáveis, tão deuses, enfim, como se, as migalhas que oferecem como marketing os fazem tão nobres, que confere-lhes o direito de figurar entre os mais ricos do mundo, e continuarem socialistas. Lula rumava pela mesma senda, mas, foi abortado em tempo, então, lamenta com razão a morte de “seu irmão”.

Claro que o fim del “Gran comandante” não basta para que as coisas mudem por lá. Está no poder seu irmão, Raul, com o mesmo aparato ao redor de si, e os mesmos “valores”, que há muito envilecem, oprimem, miserabilizam ao bravo povo cubano. Contudo, pode ser o início do fim da tirania, os alvores de novos tempos surgindo no horizonte da ilha centro-americana.

Lembrei nesse instante de um personagem que era rei, em, “O Pequeno Príncipe” e, que dizia ter direito de exigir obediência de seus súditos, pois, suas ordens eram razoáveis. Disse, por exemplo, que deveria ser desobedecido se ordenasse a alguém que saísse voando como pássaro, pois, estaria pedindo algo contrário às suas possibilidades, à sua natureza.

Pois, bem, esses tiranos de bosta ordenam que, o povo voe, e a maioria se quebra toda tentando, invés de quebrar o trono dos déspotas insanos. “Quando alguém compreende que é contrário à sua dignidade de homem obedecer a leis injustas, nenhuma tirania pode escravizá-lo.” Mahatma Ghandi

Fora os óbvios lamentos de seus alinhados ideológicos, como, Nicolás Maduro, Evo Morales, Rafael Correa, e Lula, no mais, qualquer coisa que visar “melhorar” ao defunto, não passa de tosca hipocrisia. Aqueles alinhados, diga-se, não são hipócritas, são apenas, bostas da mesma latrina.

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