“Pregues a
palavra, instes a tempo, fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda
a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã
doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme
suas próprias concupiscências;” II Tim 4;2 e 3
Segundo a
Bíblia, um abismo chama outro; algo mau tende a inflacionar, invés de se manter
inerte, estanque.
A instrução de
Paulo a Timóteo alude aos que não podiam ouvir A Palavra como ela é. Sendo a
mesma, “insuportável”, qual a providência dos tais? “Amontoariam doutores para
si...” Ora, esse ilustre falecido, o “Si”, precisa meramente, um sepulcro, não,
mestres que o ressuscitem. Desde que o homem passou a decidir por si, o bem e o
mal, morreu, alienou-se do Criador.
Como, morte
espiritual não equivale a não existência, mas, separação de Deus, o Salvador se
dispôs a falar com mortos que existem, portanto, podem ouvir. “Pois, assim como
o Pai ressuscita os mortos, os vivifica, também o Filho vivifica aqueles que
quer... Em verdade, em verdade vos digo, que vem a hora, agora é, em que os
mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, os que ouvirem viverão.” Jo 5;21 e 25
Entretanto, para
esses mortos dispostos a ouvir, o preceito é que se livrem, na sombria cruz,
desse ser fantasmagórico, para que o novo homem seja gerado. “Negue a si mesmo,
tome sua cruz e siga-me” Luc 9;23
Se, o livre
arbítrio, cantado em prosa e verso nos permite as escolhas que quisermos, nem
ele, nem fonte alguma, por prodigiosa que pareça, está autorizada a alterar um
til sequer, do que O Santo falou. Como vento que separa palha do trigo; ninguém
pode aumentar o peso da palha, tampouco, ingerir na força do vento.
Entretanto, os “doutores”
do si mesmo criam seu “evangelho” alternativo, pois, ensinam a viver melhor,
aos tíbios, que deveriam, de uma vez por todas, aprender a morrer melhor. Quem
vai a Cristo cheio de si volta apenas com o que foi, como o jovem rico o fez.
Aprendamos com
Abraão, o “Pai da fé”. O Eterno lhe disse: “Toma agora o teu filho, teu único
filho, Isaque, a quem amas, vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em
holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.” Gên 22;2
Invés de ouvir
diretamente ao Criador, tivesse um “doutor” do si para o ajudar e teria sido
bem mais fácil. Teria dito: “Não é confiável o que ouviste, pois, chamou-te de
pai de único filho; tens dois, Ismael e Isaque; ademais, amas ambos, Ele pediu
um filho que amas, bem podes oferecer ao filho da escrava; Isaque, jamais."
Palavras assim soariam brandas aos ouvidos do Patriarca, mas, ele saberia que
seriam mentirosas.
Ismael fora um
arranjo precipitado, por ter duvidado, Sara, da Promessa de Deus. Embora, Deus
preservou sua vida, o abençoou, para o propósito Divino, não contava, antes,
seria o filho da promessa, o “Único filho” em questão, Abraão bem o sabia.
A problema maior
do “si mesmo” não é ele em si, se é que me entendem; antes, a pretensão de ser
ele, em Deus. Seguido deparo com as farisaicas orações do si; “Senhor, visite
os enfermos, cure-os, os presídios, conforte-os, dê-nos um mês abençoado,
abençoe essa pessoa que está lendo e vai digitar “amém”. Cáspita!! Como o cara
cheio de si é vazio de noção! Ser solícito atencioso, com desvalidos, enfermos,
presos, foi o que O Salvador nos ordenou que fizéssemos; quando o fizerdes, a
mim o fareis, disse. Invés de fazer o que foi ordenado, “Dom Si”, ordena que
Deus faça isso em seu lugar. Que sem vergonha!
O si é rei no
império dos direitos, desconhece os árduos caminhos na província humilde do
dever. Alguém famoso assume publicamente uma relação espúria, antinatural,
depressa o si o defende. “Cada qual sabe de si, todos têm direito de ser felizes”
apregoa. Como são as coisas no seu reino, diga ele.
Porém, no Reino de Deus
somos servos, não contam nossos direitos, antes dos deveres. Por esses somos
exortados à diligência, aqueles, não demandam greves, passeatas, gritaria,
antes, ceifaremos no tempo certo, aos olhos do Rei.
Acho irônico,
mas, justo quando alguém é depenado, depois de breve ancoragem nos domínios dos
mestres de aluguel. Quais interesses cuidaria um doutor de si, senão, dos
próprios?
No mais belo encômio ao amor, feito por Paulo, disse que ele, “não
busca os próprios interesses...” Os interesses de Deus antes dos meus, santa
loucura a qual somos desafiados. " Porque a loucura de Deus é mais sábia do
que os homens...” I Cor 1;25 Assim, só se entrega deveras a Deus, quem está fora
de si...
Que coisa mais sábia!
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