“Disse Faraó a seus servos: Acharíamos um homem como este em
quem haja o Espírito de Deus?” Gên 41;38
O homem que arrancou tal expressão do Faraó era José, o hebreu
prisioneiro. Em desfavorável status pessoal, pois, bem como, o ambiente cultural
de muitos deuses, como o Egito, para falar do Deus Único.
Contudo, chamado à presença do soberano assegurou: “Deus dará resposta
de paz a Faraó”. A resposta, no caso, era a interpretação de dois sonhos, que,
estava em pauta, alvoroçando a corte.
Obtida a resposta, o monarca reconheceu que fora O Espírito de
Deus que movera José.
Seria O Espírito Santo, um masoquista? Afinal, tanta gente boa,
livre, em palácios, e Ele habitando num prisioneiro. Paulo nos ensina a
compreensão dos mistérios Divinos comparando as coisas espirituais com as
espirituais. Assim, onde as naturais encontram obstáculos, prisões, até, pode,
O Santo, encontrar Seu dileto habitat.
Onde existe fé genuína Ele habita: “...depois que ouvistes a
palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; tendo nele também crido,
fostes selados com o Espírito Santo da promessa.” Ef 1;13 Onde se preza a
justiça e paz, Ele se alegra e igualmente, Seu hospedeiro. “Porque o reino de
Deus não é, comida, nem bebida, mas, justiça, paz, e alegria no Espírito Santo.
Porque quem nisto serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens.” Rom
14;17 e 18
O Evangelho do triunfalismo doentio, imediatista, nem de longe
assemelha-se à vera expressão da fé. A “fé” que tem sido apregoada pelos
mercenários da moda é uma espécie de Midas, rei mitológico, que, tudo o que
tocava virava ouro. Ora, a fé hígida é patrimônio do ser, não, um bem para
escambo, com o fim de ter.
Acaso José era fiel por que sabia que seria promovido a
governador, e estava dando um “adiantamento” a Deus enquanto esperava? Não.
Nada sabia do que estava por vir, era, por questão de consciência, de quem Deus
É, não, pelo que pode dar.
Nos padrões atuais, alguém permanecer fiel depois de mais de uma
década, preso, inocente, é algo impensável. Duas ou três “campanhas de milagres”
e, se as coisas não acontecem, o sujeito salta fora concluindo que não serve
pra Deus, pois, o que “Ele” prometeu não foi cumprido, quiçá, Deus não serve
pra ele, pois, não cumpre o que “promete”.
Diferente de antanho, onde, o fiel entregava-se a Deus
independente das circunstâncias, hoje, se dá prazo para que Ele se manifeste.
Sete semanas disto, doze cultos daquilo, e quem fizer religiosamente o ritual torna-se
credor do Eterno, com direitos a favores especiais. Ora, qualquer coisa que eu
faça, por piedosa que pareça, se, o fim for meu interesse, é só uma versão
requintada de egoísmo, expressão do ego, coisa que sequer apita ainda, em quem
negou a si mesmo e tomou a cruz.
Infelizmente, muito do que se canta em prosa e verso, se encena em
púlpitos, palcos, é mero reflexo da falta de noção, de uma igreja adoecida por
sucumbir ao imediatismo ímpio, invés de apregoar e viver, segundo a Integridade
do Eterno.
Como o populacho imiscuído durante o Êxodo, que vivia devaneando
com coisas do Egito, a menor dificuldade, assim, os “crentes” que “saem do
mundo” trazendo o mundanismo com eles, travestindo de piedade. Não falo de usos
e costumes, mas, de anseios egoístas e carnais.
Aqueles, tanto fizeram opondo-se a Moisés e Aarão, que um dia Deus
deu um basta e a Terra os tragou vivos. Se, o mesmo juízo fosse aplicado agora
a Terra sofreria um colapso, por ter comido demais.
No início, Deus deu todas as coisas francas ao primeiro casal; o
inimigo insinuou que lhes faltava independência; o resultado, conhecemos. Agora,
a reparação do erro, propiciada pelo Méritos Graciosos de Cristo, requer que
nos coloquemos em absoluta dependência, para que, O Eterno nos dê outra vez,
todas as coisas, no Seu tempo, segundo Sua vontade, pois, requerer isso do
nosso jeito, nos remeteria de novo, à independência, à queda.
Amós perguntou: “Andarão dois juntos se não estiverem de acordo?”
A resposta óbvia é, não. Assim, enquanto não nos adequarmos aos termos do
acordo com Deus, Ele sequer andará conosco, que dirá, nos abençoar. Não digo
que merecemos bênçãos, quando obedecemos, mas, em posição de rebeldia, nos colocamos
em rota de colisão com o juízo, invés de bênçãos.
Adão teve ciência da nudez e se escondeu. Os neo-Adões, peladões, falam
com a cobra, devaneando que ela é o Criador.
Cristo em nós deve ser tão visível como uma cidade sobre um monte.
Como Faraó viu O Espírito Santo em José. Quem possui cifrões nas retinas, nunca
verá a Bendita Luz de Jesus, O Senhor.
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