domingo, 15 de maio de 2016

"Seguidores" indesejáveis

Mas, de modo nenhum seguirão o estranho, antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;5

Segundo O Bom Pastor, Suas ovelhas O seguiriam, e evitariam estranhos, a voz dos tais lhes soaria desconhecida.

É comum nas redes sociais, pessoas terem “seguidores”, tantos, mais, quanto mais conhecida for a celebridade; e, mesmo pessoas comuns possuem os seus, de acordo com a influência que exercem sobre as tais, que as seguem. Tanto no caso primeiro das ovelhas com O Pastor, quanto nesse último, parece que o elo baseia-se em certa identidade, admiração, entre seguido, e seguidor.

Pessoalmente não gosto da ideia; não sigo a ninguém, tampouco, tenho seguidores. Tenho leitores, uns, assíduos, outros, eventuais, isso me basta, digo, basta para seguir escrevendo, pois, sem leitores, tal labor perderia o sentido.

Porém, quando quem nos segue, ou, o que nos segue é algo mau que nos pode prejudicar? Bem, qualquer pessoa psicologicamente sadia evitaria tal assédio, se assim pudesse, livrar-se-ia da indesejável visita, e os malefícios que  poderia trazer.

Moisés advertindo aos líderes de duas tribos que desejaram as terras aquém do Jordão, antes de entrarem em Canaã, autorizou-os a construírem abrigos para  animais e crianças, antes de participarem das batalhas pela Terra Prometida. Porém, desencorajou eventual omissão com as palavras que seguem: “se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o Senhor; sabei que o vosso pecado vos há de achar.” Núm 32;23

Claro que a ideia de serem achados pelo pecado é uma figura de linguagem retórica; o que ele queria dizer, de fato, é que o juízo, as consequências pelo pecado os achariam a seu tempo.

Os irmãos de José que foram a ele sem o reconhecer no Egito, ante as aflições sentidas, então, dadas as rudes exigências do Governador, disseram: “... Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão, pois, vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós, porém, não ouvimos, por isso vem sobre nós esta angústia. Ruben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo dizia eu: Não pequeis contra o menino; mas, não ouvistes; vedes aqui, o seu sangue também é requerido.” Gên 42;21 e 22

Nosso pecado nos achou; de certo modo, disseram eles. É fatal equacionarmos a longanimidade Divina com permissividade; tolerância com aprovação. Salomão refletiu sobre o assunto: “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11

Mediante Isaías o Eterno denunciou o fim de Sua Santa Paciência: Por muito tempo me calei; estive em silêncio, me contive; mas, agora darei gritos como a que está de parto, a todos os assolarei e juntamente devorarei.” Is 42;14  

Depois referiu que Sua Paciência fora mal interpretada: “Mas, de quem tiveste receio, ou temor, para que mentisses, não te lembrasses de mim, nem no teu coração me pusesses? Não é porventura porque eu me calei, isso, há muito tempo, e não me temes?” Is 57;11

Muitas das dores que nos assolam, que erroneamente reputamos como causas, são já consequências de nossos pecados, da maldição que pesa sobre os desobedientes. Como ao pássaro o vaguear, como à andorinha o voar, assim a maldição sem causa não virá.” Prov 26;2

Mas, como nos livraríamos dessa “seguidora” funesta, a maldição, se, somos todos pecadores? Paulo ensina: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;” Gál 3;13

Acontece que O Salvador resolve, mediante perdão, aos arrependidos, as consequências espirituais dos erros cometidos antes de O conhecermos; depois, nos responsabiliza por nossos atos. Spurgen dizia: “O cristão que ainda se deleitar com os frutos malsãos do pecado, fatalmente beberá o chá feito com as folhas amargas das consequências.”

Se aprendermos a nos identificar com a voz do Bom Pastor, Ele nos conduzirá na prática das coisas contra as quais, “não há lei.” Aliás, o cumprimento dos Santos preceitos, além de tolher o concurso das maldições, ainda, nos dá uma série de “seguidores” cuja vinda redundará em galardão no juízo. Ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos; as suas obras os seguem.” Apoc 14;13

Frequentemente se diz que da vida nada levamos, o que é meia verdade apenas. Nada de material, contudo, nossas obras, conhecimento, valores, são patrimônio espiritual; irão conosco; elas dirão, em última análise, se seguimos a exortação do Mestre para que fizéssemos um “Tesouro no Céu.”


Às vezes, quando considero as tremendas consequências advindas das pequenas coisas ... sou tentado a pensar ... não existem pequenas coisas. Bruce Barton

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