quinta-feira, 31 de março de 2016

Os Verdadeiros Valores

“As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente desprezariam.” Cant 8;7

A superioridade dos bens abstratos, psicológicos e espirituais, sobre os materiais é ensino recorrente. Se, acima temos o amor entre humanos em apreço, noutras partes temos o valor da vida sobrepujando riquezas; “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão, dar a Deus o resgate dele. A redenção da sua alma é caríssima, seus recursos esgotariam antes.” Sal 49; a 8

Noutra parte, não só o amor e vida, mas, a própria Sabedoria sobrepuja riquezas materiais, e o faz, à medida que logra alcançar o que nenhum bem mais, consegue, a própria vida. “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl
7;12
Mesmo para fins bélicos, os Poderes Espirituais, desconhecem adversidade, ante exércitos poderosos. “Porque os egípcios são homens, não Deus; seus cavalos, carne, não, espírito; quando o Senhor estender sua mão, tanto tropeçará o auxiliador, quanto, cairá o ajudado, todos juntamente serão consumidos.”Is 31;3

Até a sabedoria popular aquilata a vida como valor supremo, quando, ante enormes perdas temporais, essa é preservada, filosofa: “Vão-se os anéis, ficam os dedos”.

Circula na Internet, um vídeo de “Pepe” Mujica, que vou citar livremente, preservando a essência, mas, parafraseando. “Ou você é feliz com pouco – disse – ou, não será com nada. Criamos uma sociedade de consumo, onde nos gastamos em busca de coisas supérfluas. Quando você compra algo, não paga por isso com dinheiro; mas, com o tempo de vida que usas para ganhar esse dinheiro. Dinheiro se ganha, vida não; vida se gasta.”

Entretanto, toda essa introdução visando demostrar a superioridade desses valores soará à maioria, como “chover no molhado”; repisar o que qualquer um sabe. Acontece que a verdadeira sabedoria não é meramente conceitual, é prática. Não é estritamente o que sei, que mostra meu saber; antes, como atuo em face ao que sei. Se conheço o valor de um diamante, ainda assim, uso numa funda, a ação prática só realça minha estupidez. O conhecimento não se converte em sabedoria.

Uma vez um pastor amigo me perguntou, durante um almoço, qual a diferença entre conhecimento e sabedoria. Me vi numa saia justa, dada a tarefa inusitada. Respondi o que me ocorreu na hora, mais para me desincumbir, que, estar certo da resposta. Disse: “Um homem de conhecimento sabe que ficarão de fora do Reino dos Céus, os mentirosos; um sábio, não mente.” Depois, pensando melhor, concluí que não poderia melhorar a resposta, que eu fora inspirado ao encontro dela.

O Senhor desafiou Seus ouvintes a transformarem seu saber em bênçãos, mediante a prática. Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois, se as fizerdes.” Jo 13;17

Tiago, por sua vez, desafiou ao mesmo, com outras palavras:Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria.” Tg 3;13

Depois advertiu que se pode ser “sábio” segundo o diabo, alimentando sentimentos impuros; “Mas, se tendes amarga inveja, sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas, é terrena, animal, diabólica.” Vs 14 e 15

Então, nós sabemos o necessário para fazermos boas escolhas. Contudo, quem disse que as informações são suficientes para moldarem as ações de uma alma cuja vontade é refém de vícios? Por exemplo: Um fumante lê no maço de cigarros: “Fumar provoca câncer de pulmão.” De posse dessa preciosa informação, troca alguns reais pela satisfação de seu desejo.

Desse modo, não é forçar a argumentação, concluir que as pessoas precisam de libertação, mais, que informação; embora, essas duas estejam amalgamadas, se, temos por informação, o que, ao Olhos Divinos é a Verdade. “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

O conhecimento da Verdade secundaria à prática dos ensinos; “se vós permanecerdes nas minhas palavras...”


Em suma, pouco, ou nada vale, sabermos onde estão os verdadeiros valores, se, nossa vontade algemada aos falsos, segue como que traindo a si mesma. Às vezes somos ousados para enfrentarmos o mundo, e fugimos de nós mesmos. É que esse enfrentamento se dá na cruz. “Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” Luc 9;23 A cruz tem suas dores, mas, as riquezas que encerra, compensam; vida eterna.

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