Reinaldo Azevedo, jornalista que admiro, disse: “Quem não foi
socialista até os dezoito anos, não tem coração; quem segue socialista após os
vinte, não tem cérebro.” Caramba! Que contraditório! O Quê, ele estaria
querendo dizer? Bem, arriscarei a dar minha interpretação.
Na idade ainda jovem, contemplar as injustiças sociais
desperta nosso zelo apaixonado em desfazer isso, e como num primeiro momento
parece que os “socialistas” detêm o monopólio da justiça social, natural que
nos alinhemos aos tais.
Depois, transitando para certa maturidade, descobrimos que a
diferença não é de mérito, mas, de método; digo, os dois sistemas socialismo e
liberalismo se preocupam com o social, apenas, com métodos divergentes, e,
analisando à luz da lógica, da razão, dos fatos e da história, constataremos
que, o “socialismo” fomenta a pobreza, invés de erradicar.
Seguir defendendo após perceber isso, é coisa de mentecapto.
Bastaria uma questão objetiva simples para tornar diáfano isso: Onde os pobres
são mais pobres? Em países “socialistas” como China, Venezuela, e Cuba, por
exemplo, ou, nos Estados Unidos, Suécia, Noruega, Canadá? Parece bem óbvia a
resposta, não?
Há um provérbio asiático que diz: “Não dê peixe ao faminto;
dê o anzol, e ensine-o a pescar.” Aqui temos a negação de um sistema, e a
afirmação de outro. A “inclusão” do socialismo, consiste, basicamente nisso:
Dar peixe aos famintos. A dos liberais, ou, capitalistas, em ensinar a pescar.
No primeiro caso, via assistencialismo a pessoa ganha pronto,
a demanda é que seja mero consumidor; no segundo, é capacitada e desafiada a
produzir algo; será que isso explica por que as economias liberais são
pujantes, e as outras paupérrimas?
Claro que, em qualquer sistema, há casos extremos, que fazem
necessário o assistencialismo; gente sem a mínima condição de inserção no
mercado de trabalho, e com filhos para criar. Agora, gente saudável, capaz,
vivendo como zangões sociais, às custas de bolsa isso ou aquilo? Fomento da
pobreza e da injustiça na certa.
Infelizmente, para a maioria, a chuva das paixões é
torrencial demais, de modo que, mesmo na idade madura o limpador de para-brisa
da razão não tem capacidade suficiente para clarear o caminho. Erram nas vias
públicas tolhidos pelos discursos opacos de espertalhões que os cooptaram.
Seus líderes sempre serão “protetores dos pobres” “governantes
populares” mesmo se, morarem em coberturas com vista para o mar e seus filhos
tiverem iates e aviões executivos.
Quem os acusa de corruptos não quer justiça, antes deve ser um
elitista, inimigo dos pobres. Aliás, peçamos aos “Ghost Busters” socialistas
para nos dar exemplos práticos, dos inimigos fantasmas que perseguem; ora a “zelite”,
a “burguesia”, o “Sistema”, o “Establishment”, o coelho da páscoa, o caipora, o
saci Pererê...
Acaso as empreiteiras envolvidas com eles, os empresários
paparicados via “Bolsa BNDS” as grandes empresas de comunicação cooptadas via
anúncios oficiais, e os expoentes do coronelismo político que se coligou a
eles, não são a elite do país. Se, a elite é nociva, por quê estão de mãos
dadas?
Burguesia? Ora, que são os burgueses senão componentes do
burgo, cidade, gente de medianas posses, ou, a classe média? Esses bravos
ajudam em muito a fazer a riqueza da nação. São o primeiro estágio acima dos pobres.
Contudo, se o socialismo se propõe a defender os pobres, incluí-los socialmente,
logrando isso não os promoveria a serem classe média? Então, eventual sucesso “socialista”
transformaria alguns pobres em culpados também?
Sistema; ora, sistema é algo amoral, atina a acuidade
organizacional da sociedade, não às escolhas em si. Tanto entre socialistas
quanto, liberais, se faz necessário o sistema. Assim, sendo algo necessário, só
um imbecil ou desonesto fingiria combatê-lo.
“Establishment”, no fundo, não passa de sinônimo de sistema,
a ordem social como está concebida. Se a concepção é boa ou, má, isso deriva
dos valores adotados, não da concepção em si.
Todavia, quem gasta tempo, esforços caçando fantasmas, não
raro, deixa de combater inimigos verdadeiros. É bonito falar em distribuição de
renda; mas, impossível fazê-lo sem geração de renda; parece elegante pregar
justiça social; mas, não é justo tirar de quem trabalha para aquinhoar
vagabundos; pode soar, música, a defesa da igualdade; mas, igualdade quando deixa
de ser de oportunidades para ser de frutos, com ou sem mérito, torna-se, seu
oposto.
O mais insano de nossa política é que a maioria, malgrado
sofra as consequências no bolso, está pronta a defender paixões, bandeiras,
como se, seu partido fosse um time de futebol.
Torcer pra o Grêmio, mesmo se, rebaixado, não posso evitar;
mas, em política, a cada quatro anos tenho direito a um “Recall” e não abro mão
dele, se, meus governantes falharem, seja em competência, seja, em probidade. O
governo atual falha grotescamente em ambas as frentes.
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