segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Por quê, Deus contende conosco?

“Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por quê, contendes comigo.” Jó 10;2 O caso de Jó era peculiar. As razões da contenda não derivavam da Vontade de Deus, antes, da inveja caluniosa do inimigo que imputou ao servo fiel, motivos vis.

Mas, quando o Eterno contende conosco, por quê, o faz? Aliás, Ele contende conosco? Segundo A Palavra, sim. Desde o primeiro livro da Bíblia isso está expresso: “... Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém, seus dias serão cento e vinte anos.” Gên 6;3

Não obstante ser, longânime, uma hora isso acha termo. Naquele contexto, de violência, depravação total, o Eterno estipulou em 120 anos mais, Sua “contenda”, Sua busca por obediência, justiça; após, o juízo, como se verificou no Dilúvio.

Isaías apresenta a rebeldia como razão da discórdia: “Em toda a angústia deles ele foi angustiado; o anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor, pela sua compaixão, os remiu; os tomou, conduziu todos os dias da antiguidade. Mas, eles foram rebeldes, contristaram seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou inimigo; ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63; 9 e 10 Primeiro mostra O Senhor sofrendo junto as aflições do povo; depois, se tornando inimigo em face à rebeldia.

Alguns interpretam mal a sina, quando, Jacó lutou com O Anjo do Senhor e “venceu”, como se, isso fosse possível. Ainda que o anjo apareceu na forma varonil, foi, antes de tudo, uma luta espiritual, onde exigiu que Jacó confessasse seu nome; isso equivalia à admissão de ser enganador; depois, quando disse: “Não te deixarei enquanto não me abençoares” patenteia apenas o intenso desejo de ser abençoado, não a possibilidade real de deter o Anjo.

De Jacó, o enganador, seu nome foi, então, mudado para Israel, aquele que luta com Deus. Não no sentido de “junto” com Deus, antes, “contra”, tentando resistir.

Estobeu, pensador da antiguidade dizia: “Termina com má fama quem quer duelar contra o mais forte”; pois, quem poderia duelar com Deus e ganhar fama de vencedor? Ele mesmo põe a questão: “...Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles, juntamente os queimaria.” Is 27;4 

Assim, a contenda de Deus não visa vencer eventual força que tenhamos, antes, nossa rebeldia que resiste à Sua vontade, mesmo que essa, derive de Seu amor.

Como nos fez arbitrários, O Eterno busca nossa anuência, não como quem necessita, porém, como quem deseja. Antes que, ameaçar eventuais fugitivos de Seu amor, patenteia Seu sofrimento com isso, sem entender a insanas razões dos que escolhem a morte: “Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas, que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; por que razão morrereis, ó casa de Israel?” Ez 33;11

Alguns que equacionam amor com permissividade amoral, dizem que, Deus não vai matar ninguém. Quer dizer que a Cristo, que era inocente, morte; a nós que, somos culpados, mesmo sem arrependimento, mesmo perseverando na rebeldia, salvação? Cristo morreu por quê? Se justiça não conta, apenas, amor, a Cruz teria sido um erro de cálculo?

Não nos enganemos, a leitura celeste da Cruz, além da misericórdia, vê outros predicados mais: “A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e justiça olhará desde os céus.” Sal 85;10 e 11

Por isso Deus luta conosco, porque, mesmo nos amando, ama à justiça também, desse modo, não pode nos salvar à revelia disso, que entrelaça-se ao feito Majestoso de Jesus. “Ninguém vem ao Pai, senão, por mim.”

Enquanto o Santo peleja, ainda quer salvar; triste será se disser de nós, como disse dos Fariseus: “Deixai-os, são condutores cegos...” Em dado momento O Senhor desiste de esperar mudanças nos caracteres humanos, apenas, exorta que cada um deixe patentes suas escolhas: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

Todos os profetas fiéis foram contenciosos; os servos de hoje, ainda são; Não pra porfiar pela contenda, antes, pela justiça, que, no fundo, é nuance do amor Divino tentando situar ao homem, salvá-lo. “Seja qualquer que for, já seu nome foi nomeado, sabe-se que é homem, que não pode contender com o que é mais forte que ele” Ecl 6;10

Se, Deus fosse um tirano opressor rastejaríamos; como é um Pai que ama, nos rebelamos. Assim, Ele precisa lutar conosco por sem Bom. Todavia, não É tão “bom” a ponto de deixar de ser Justo. Arrependimento e bandeira branca encerram a luta.

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