terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Integridade,a pedra de toque do profeta

“Responderam, e disseram-lhe: Se este não fosse malfeitor, não te entregaríamos. Disse-lhes, Pilatos: Levai-o, julgai-o segundo a vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não é lícito matar pessoa alguma.” Jo 18; 30 e 31

Pilatos, cioso do direito de defesa dos réus num tribunal quis saber qual era a acusação apresentada contra Jesus, porém, invés disso recebeu como garantia a pretensa integridade dos acusadores; “Se este não fosse malfeitor não te entregaríamos.” Que tribunal no mundo aceitaria esse tipo de “acusação”?

Todavia, se o achavam malfeitor, - disse – “julgai-o segundo vossa lei.” Aí, apresentaram seu “Problema”: “A nós, não é lícito matar...” Resumo da ópera: Já o julgamos e condenamos à morte, mas, como não nos é lícito fazer isso, mata ele pra nós, por favor!

Mas, que estranho tribunal era o deles, que prescrevia uma pena que não poderia cumprir? Na verdade, mentiram; pois, sua Lei previa pena de morte sim, em caso de adultério, feitiçaria, blasfêmia... Por quê precisavam da espada de Roma, então? Porque sabiam que Cristo tinha muitos seguidores, temiam uma insurreição do povo, mas, se fosse condenado por Roma, o povo temeria seu exército e se manteria comportado.

Essa mania tão atuante de fazer a coisa com a mão alheia pra ficar “inocente” é bem idosa, pois. Na verdade era, então, pois, nos seus dias, Davi desejando a morte de Urias o mandou para o combate sem proteção na retaguarda para que fosse morto “fortuitamente”; porém, o profeta Natã apresentou ao rei, a visão do Eterno: “Mataste com a espada dos filhos de Amon”.

Em suma, podemos mascarar responsabilidades, diluir culpas, hipocritamente instigar outrem a fazer o que desejamos, mas, esse teatro todo, tem alguma eficácia à plateia humana, ante Deus só nos agrava; acrescenta à maldade motivadora, a covardia como meio e a hipocrisia como refúgio. Não sem razão, que “Um abismo chama outro abismo”, segundo a Palavra.

Desgraçadamente tememos mais a reprovação humana que a Divina. A hipocrisia, outra coisa não é, senão, máscara que tenta ocultar nossas chagas morais aos olhos humanos. Antes Deus estamos nus. Na verdade, a maioria do engano religioso que grassa atualmente deriva de nossa culpa; a omissão em conhecer a Palavra de Deus, pois, nela, temos a “mente de Cristo” como disse Paulo, além da Bendita Assessoria do Espírito Santo que dá discernimento a quem O busca.

Se, a Palavra obra por desnudar, quem a conhece e vive, pode também ver além da superfície. Ouçamos: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que espada alguma de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas; é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” Heb 4; 12 e 13

Entretanto, se, Pilatos desconfiou de uma acusação cuja garantia era a vontade dos acusadores, a maioria da geração atual recebe sem questionar promessas fáceis, “bênçãos” cuja fonte, são, interesses dos propositores, sem nenhum fundamento Bíblico; da Bíblia devidamente interpretada, pois, são mestres em perverter à Palavra fazendo parecer que preceitua o que rejeita.

Uma palavrinha que deveria ser melhor observada é: Integridade. Embora seja tida como sinônimo de idoneidade, probidade, caráter, quero-a, no sentido de, inteireza, invés de fracionada alguma coisa.

É que ouço com frequência defesas tipo: “Fulano fala algumas besteiras, coisas fora da casinha, mas, tirando isso, prega muito bem”. Cáspita!! Se inda é aprendiz não deveria ser pregador; se é pregador não pode falar besteiras mescladas à verdade. Como saberia o simples, qual parte é comestível, e qual, venenosa?

Uma coisa aprendi observando pregadores: Quem prega pequena heresia aqui, acaba incorrendo numa grande logo adiante. Nem sempre o pregador está “no óleo”, e, a mensagem flui naturalmente; mas, mesmo nesses dias em que prega, “carregando pedras”, sua mensagem não contém engano, heresia, frações contaminadas.

Como numa corrida de revezamento em quê, cada atleta passa o bastão após correr sua parte, assim, os pregadores legam uma mensagem à geração vindoura ao findarem a carreira; não importa quantos corram, no final, o bastão conduzido será o mesmo. Esse, é a Palavra de Deus, no Qual, não há “mudança, nem sombra de variação.” Se, os meios e a forma se modernizam constantemente, o teor segue inalterável.

Enfim, se naquele tempo, a conveniência invejosa dos judeus matou Jesus com a espada de Roma, em nossos dias, o comodismo preguiçoso mata outra vez, com a espada mercenária dos falsos profetas. O morte Dele, então, era necessária para nossa salvação; essa segunda faz o caminho inverso e reconduz eventuais salvos, à perdição.

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