segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Você gosta do seu nome?



“...Ao que vencer darei a comer do maná escondido, dar-lhe-ei uma pedra branca, na pedra, um novo nome escrito...” Apoc 2; 17

Essa promessa dum novo nome, ouso dizer que permeia o imaginário de muitos, cristãos ou não. Quem vem de berço mais abastado pode trocar de nome, quando não gosta, via meios judiciais. Mas, a maioria não. 

A princípio, como o nome nos acompanhará por toda a vida, deveria ser escolhido por nós; receberíamos um número provisório até a idade do entendimento, depois, escolheríamos como  seríamos chamados. Isso evitaria nomes de mau gosto; pelo menos, mau gosto alheio, não tolheria o nosso. 

Os judeus geralmente davam nome em atenção a algum detalhe do nascituro, ou, que encerrasse significado profético; como, Isaque, riso; Esaú, vermelho; Moisés, tirado da água; Samuel; Deus ouviu; Jeoshua, em grego, Jesus; Deus é salvação, etc.  

Hoje, na maioria dos casos o significado não é o mais importante, antes, arbitra o gosto pelo som, simplesmente. Aí temos muitos nomes de som agradável que não significam nada.

Alguns pretendem juntar pai e mãe no  filho. Então, o filho da Joana e do Vilson vira Joílson; corre-se o risco da filha de Salatiel e Sandra vire Salamandra.  Ainda, importamos nomes que trazem já, pai e filho aglutinados; tipo: Jeferson. Son e inglês é filho; daí, filho de Jefer, Jeferson;  filho de Eduard ( Ed ) Edson, etc. Todavia, facilmente encontraremos Jeferson júnior, Edson filho, etc, que trazem a palavra filho duplicada. 

Mas, pensando melhor, quem usa meu nome são eles, não eu; viram, sou “Eu”, ou, obliquamente, “mim”; desse modo, quem escolheu mal meu nome, que sofra agora.

Quando cansam da brincadeira criam apelidos, que, seja a síndrome do brinquedo novo, ou, a tardia autocrítica, é problema deles, eu sou eu. 

Contudo, a despeito deste, que herdamos, há dois nomes que escolhemos após nosso domínio da consciência. O funcional, e o moral. Digo, esses “nomes” são efeitos colaterais de nossas escolhas no âmbito profissional, e dos valores. 

Por exemplo: Se, o João decidiu ser professor, seu nome, naturalmente será Professor João. Assim, com todas as profissões.  No campo moral a coisa é mais complexa; nem sempre nos atrevemos a dar nomes aos bois; digo, chamar alguém pelo que é; salvo, em momentos extremos. Mas, quem usa a mentira como meio, para seus fins, é mentiroso; de igual modo o cínico, o adúltero, o falastrão, etc...  Em muitos casos, “profissão” e valores se fundem num nome só; tipo: Prostituta, ladrão, traficante...   

Embora, nome próprio, não se traduza, o significado, sim. Desse modo, os nomes passeiam pelos mais diversos idiomas oriundos de fonte comum. Como João, Juan, John, Jean, Giovanni, Ivan, Johann, todos derivados do hebraico Johannah, que significa: “Graça de Jeová.”  Com muitos nomes mais, se dá o mesmo.  

Há ainda os famosos que agregam um “terceiro” nome, os de renome.  A excelência no que fazem, seja bom ou mau, funciona como um apêndice ao próprio nome, mesmo sem ser nomeado. Por exemplo: Imaginemos que estejamos assistindo uns fedelhos jogando bola, e alguém, após um bela jogada diz; “Aquele franzino é um Neymar”.  O renome de Neymar foi usado como sinônimo de qualidade, excelência. 

Para Deus, nome é coisa muito séria; não atrela a ele predileção, antes, identidade. Tanto que, Seus dons comunicáveis aos Seus filhos o são, “em Nome de Jesus”. Isso significa: em submissão ao Seu Senhorio, e identificação com Seu caráter. Quem usa indignamente, apenas profana. 

Quando oro a Deus em Nome de Jesus, digo ao Pai: Ele, Jesus, me autorizou a falar com o Senhor. 

Todavia, muitos, católicos, sobretudo, oram em “Nome do Pai, Filho e Espírito Santo”. Estão falando com quem?  Sim, se evoco Esses Três, como fiadores do meu pleito, devo estar falando com uma quarta pessoa, quem?  

Jesus ensinou expressamente: “Pedi ao Pai em meu Nome”.  A “fórmula” supra aparece uma vez só no epílogo de Mateus, como ordenança para o Batismo. “... batizando-os em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Nesse caso, o ministro fala com o batizando, e a tripla menção é plena de sentido.  

Mas, muitos dirão, se, souberem de meu escrito que sempre fizeram assim, o padre faz, quem sou eu, blá  blá, blá... Isso também tem nome: Fanatismo.  A força da paixão disfarçando a fragilidade, ou, ausência de argumentos.  

Em suma, se o nome que carregamos por razões estéticas, ou, funcionais,  não é assim, relevante, o que envergamos derivado de nossos valores é vital. Será essa escolha, em última análise, que abrirá o “processo” para troca de nossos nomes, dando ocasião a Deus para escolhê-lo, desta vez.  Estou certo que, quem criou todas as belezas do Universo, fará a melhor escolha.

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