“...Ao que
vencer darei a comer do maná escondido, dar-lhe-ei uma pedra branca, na pedra,
um novo nome escrito...” Apoc 2; 17
Essa promessa dum novo nome, ouso dizer
que permeia o imaginário de muitos, cristãos ou não. Quem vem de berço mais
abastado pode trocar de nome, quando não gosta, via meios judiciais. Mas, a
maioria não.
A princípio, como o nome nos acompanhará por toda a vida, deveria
ser escolhido por nós; receberíamos um número provisório até a idade do entendimento,
depois, escolheríamos como seríamos
chamados. Isso evitaria nomes de mau gosto; pelo menos, mau gosto alheio, não
tolheria o nosso.
Os judeus geralmente davam nome em atenção a algum detalhe do
nascituro, ou, que encerrasse significado profético; como, Isaque, riso; Esaú,
vermelho; Moisés, tirado da água; Samuel; Deus ouviu; Jeoshua, em grego, Jesus;
Deus é salvação, etc.
Hoje, na maioria
dos casos o significado não é o mais importante, antes, arbitra o gosto pelo
som, simplesmente. Aí temos muitos nomes de som agradável que não significam
nada.
Alguns pretendem juntar pai e
mãe no filho. Então, o filho da Joana e
do Vilson vira Joílson; corre-se o risco da filha de Salatiel e Sandra vire
Salamandra. Ainda, importamos nomes que
trazem já, pai e filho aglutinados; tipo: Jeferson. Son e inglês é filho; daí,
filho de Jefer, Jeferson; filho de
Eduard ( Ed ) Edson, etc. Todavia, facilmente encontraremos Jeferson júnior,
Edson filho, etc, que trazem a palavra filho duplicada.
Mas, pensando melhor,
quem usa meu nome são eles, não eu; viram, sou “Eu”, ou, obliquamente, “mim”;
desse modo, quem escolheu mal meu nome, que sofra agora.
Quando cansam da
brincadeira criam apelidos, que, seja a síndrome do brinquedo novo, ou, a
tardia autocrítica, é problema deles, eu sou eu.
Contudo, a despeito deste, que
herdamos, há dois nomes que escolhemos após nosso domínio da consciência. O
funcional, e o moral. Digo, esses “nomes” são efeitos colaterais de nossas
escolhas no âmbito profissional, e dos valores.
Por exemplo: Se, o João decidiu
ser professor, seu nome, naturalmente será Professor João. Assim, com todas as
profissões. No campo moral a coisa é
mais complexa; nem sempre nos atrevemos a dar nomes aos bois; digo, chamar alguém
pelo que é; salvo, em momentos extremos. Mas, quem usa a mentira como meio,
para seus fins, é mentiroso; de igual modo o cínico, o adúltero, o falastrão,
etc... Em muitos casos, “profissão” e
valores se fundem num nome só; tipo: Prostituta, ladrão, traficante...
Embora, nome próprio, não se traduza, o
significado, sim. Desse modo, os nomes passeiam pelos mais diversos idiomas
oriundos de fonte comum. Como João, Juan, John, Jean, Giovanni, Ivan, Johann,
todos derivados do hebraico Johannah, que significa: “Graça de Jeová.” Com muitos nomes mais, se dá o mesmo.
Há ainda os famosos que agregam um “terceiro”
nome, os de renome. A excelência no que
fazem, seja bom ou mau, funciona como um apêndice ao próprio nome, mesmo sem
ser nomeado. Por exemplo: Imaginemos que estejamos assistindo uns fedelhos
jogando bola, e alguém, após um bela jogada diz; “Aquele franzino é um Neymar”.
O renome de Neymar foi usado como
sinônimo de qualidade, excelência.
Para Deus, nome é coisa muito séria; não
atrela a ele predileção, antes, identidade. Tanto que, Seus dons comunicáveis
aos Seus filhos o são, “em Nome de Jesus”. Isso significa: em submissão ao Seu
Senhorio, e identificação com Seu caráter. Quem usa indignamente, apenas
profana.
Quando oro a Deus em Nome de Jesus, digo ao Pai: Ele, Jesus, me
autorizou a falar com o Senhor.
Todavia, muitos, católicos, sobretudo, oram em “Nome
do Pai, Filho e Espírito Santo”. Estão falando com quem? Sim, se evoco Esses Três, como fiadores do meu
pleito, devo estar falando com uma quarta pessoa, quem?
Jesus ensinou expressamente: “Pedi ao Pai em
meu Nome”. A “fórmula” supra aparece uma
vez só no epílogo de Mateus, como ordenança para o Batismo. “... batizando-os
em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” Nesse caso, o ministro fala com
o batizando, e a tripla menção é plena de sentido.
Mas, muitos dirão, se, souberem de meu
escrito que sempre fizeram assim, o padre faz, quem sou eu, blá blá, blá... Isso também tem nome:
Fanatismo. A força da paixão disfarçando
a fragilidade, ou, ausência de argumentos.
Em suma, se o nome que carregamos por razões estéticas, ou, funcionais, não é assim, relevante, o que envergamos derivado
de nossos valores é vital. Será essa escolha, em última análise, que abrirá o “processo”
para troca de nossos nomes, dando ocasião a Deus para escolhê-lo, desta vez. Estou certo que, quem criou todas as belezas
do Universo, fará a melhor escolha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário