“Não podiam resistir à
sabedoria, ao Espírito com que falava. Então subornaram uns homens, para que
dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus.
E excitaram o povo, os anciãos, os escribas; investindo contra ele, o arrebataram e levaram
ao conselho. E apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não
cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei;” Atos 6;
10 a 13
Lucas relata o gládio entre Estevão e os libertinos pondo em relevo faceta
humana que convém estudar.
Diz que os oponentes não podiam resistir à sabedoria
e ao Espírito de Estevão; então, buscaram reforços. Suborno, mentira, excitação,
violência, falso testemunho; foram convocados para reforçar o exército.
Embora
se diga: “Se não podemos resistir um mal, devemos nos unir a ele”; eles, não
podendo resistir ao “mal” das palavras que ouviam, arranjaram um jeito de enfrentar
por meios torpes.
Ora, a mentira, o subornos o falso testemunho, podem me
enganar quando estão do outro lado; digo, quando atuam contra mim. Mas, se
lanço mão dos seus serviços, estou plenamente ciente de minhas falhas; decidido
a resistir em minha posição. Desse modo deixo claro que não dou a mínima para a
verdade, tampouco, para razões do argumento oposto. Todo aquele que faz uso da
mentira quando convém, não tem o menor
direito de se irritar, ou, mesmo reclamar se, vitimado por ela. Antes, deveria
elogiar e respeitar quem o engana; por ser, tal, muito competente nos “valores”
que o enganado advoga.
Mas, nesse campo, o dos valores, parece que a sociedade
presente forma uma pirâmide inversa. Quanto mais esclarecido, quanto maior
posto ocupar, menos decência exibirá, mais fará uso da mentira, calúnia e
assemelhados, salvas, raríssimas exceções.
Ontem a Fundação Getúlio Vargas publicou
um estudo, onde, os de maior índice de escolaridade, mais facilmente acreditam
que deve burlar as leis; o vergonhoso “jeitinho brasileiro”.
A turma que nos
governa, dado que nem todos têm lá um primor de instrução, mas, ocupam altos
cargos, todo dia se encarrega de patentear sua falta de caráter seu apego
sórdido à mentira.
Outro dia, me opondo aos pleitos de um amigo virtual que
defende a tudo o que se fez na última campanha eleitoral como sendo “do jogo”,
disse-lhe: Quem dividiu o país em dois foi o PT; quem não venha agora com essa
balela de “diálogo”, e “desmontar o palanque”; antes, se faça a melhor e mais
incisiva oposição que eles já tiveram; que se fiscalize tudo, em atenção aos muitos que votaram na oposição,
e em repúdio aos meios torpes usados na campanha.
Disse mais: Corto meu pinto
se a Dilma cumprir seu arroubo: “Tolerância zero à corrupção”; sabes, disse, que não serei mutilado. Ontem a
“máquina” que está nas mãos do PT, obstruiu uma vez mais a CPI que investigaria
aos roubos na Petrobrás. Como podemos ver, ficarei intacto.
As palavras de
campanha atribuíam a Aécio o aumento da taxa de juros, das tarifas, combustíveis, dado que, ele seria o candidato
da “zelite”. Duas semanas após a eleição, o Governo fez isso tudo, mas, segue
sendo dos pobres, “popular”; francamente!
Aécio acenou com a necessidade de medidas amargas. Falou a verdade. O
povo escolheu à mentira. Estevão falou tão somente a verdade, morreu
apedrejado. Aécio não foi um santo, um apóstolo, mas, foi decente, ético no pleito
e foi preterido.
Chegaram a chamar um homem que tem 30 anos de vida pública de “playboy”;
como se fosse mero filhinho de papai metido querendo brincar com o que não
conhece.
Assim, se no prisma dos valores
a sociedade é uma pirâmide inversa, via marketing, mentira, conseguem “vira-la”
como no Photoshop. A sobreposição do ser e do parecer faria uma espécie de “Estrela
de Davi; duas pirâmides opostas entrecruzando-se.
Na verdade, Estevão traz em
si, no nome, digo, uma profecia: Significa: “Coroado”, que tem uma coroa. Os
que falam; vivem a verdade, certamente terão um dia suas coroas.
Essa geração,
em sentido amplo, cauterizou a consciência, desconhece valores, defende
interesses. Às vezes pessoas decentes vociferam enfurecidas ante coisas
imorais, e seu alvos os acusam de ódio; pois, sendo seres amorais, falta-lhes a
noção do ridículo, motriz do brio que alimenta a indignação alheia.
Quem
consegue alocar um pelotão bastardo para aumentar seu poderio em detrimento da
verdade desconhece outro bem que não seja, manutenção do poder a todo custo.
Mas, os algozes caíram no esquecimento; Paulo que os liderava caiu do cavalo
para arrependimento; Estevão morreu mas, antes, viu o Rei dos Reis em pé,
assistindo sua vitória.
Não fosse Aquele Juiz e Seu Tribunal, a justiça seria uma palavra sem sentido. Mas,
Ele, a Seu tempo, colocará as pirâmides no devido lugar.
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