segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Pesquisas eleitorais servem pra quê?



Os grandes derrotados, sem dúvida alguma, nesse primeiro turno das eleições foram os institutos de pesquisa. Apesar da ousada “garantia” que a margem de erro era de dois por cento pra mais, ou, menos, e a probabilidade de acerto de noventa e cinco por cento, vergonhosamente entraram mui fundo nos fatídicos cinco restantes onde reside a falha.  

Fica difícil acreditar que se trata de erro de método, simplesmente. A coisa parece mover-se à partir de interesses escusos, encomendados. 

De Aécio falavam em 19 a 21 por cento durante todo o tempo. Apenas no último dia, o que torna extremamente suspeito, o IBOPE lhe atribuiu 27%. Mesmo assim, ficou muito aquém dos 33, 5 obtidos por ele. 

No RS, onde vivo, colocavam Sartori em terceiro lugar o tempo todo, e de última hora em “empate técnico” com Ana Amélia, mas, sempre, ambos mui atrás de Tarso Genro. Porém, venceu por larga margem. 

Ao Senado também, deram 37 % para o “cavalo do comissário” Olívio Dutra e 31% para Lasier Martins; entretanto, esse venceu àquele por dois pontos percentuais. 

Há muitos exemplos mais, e um ou outro, acertos também, mas, mesmo relógio parado acerta a hora duas vezes por dia, de modo que pouco valem tais acertos para salvaguardar a utilidade de tais institutos em nosso cenário.   

Já que nos encheram o saco umas duas vezes a cada semana com as “profecias” desses falsos profetas cabem umas perguntas também: Para quê servem  divulgações de tais números? A quem interessa? 

Apenas duas possibilidade honestas; uma: Interessa ao eleitor; outra: Aos candidatos.  Vejamos as implicações de ambas, e a possibilidade de existir outros interesses.

Já discorri noutro texto que o eleitor “torcedor” que vota em quem está melhor nas pesquisas, “para ganhar” é um imbecil, que trai a si mesmo quando elege um corrupto pela satisfação do “voto útil”. Útil para quem? 

Os eleitores não precisam de números para fazer suas escolhas, antes, de pretérito limpo do candidato, propostas coerentes e possibilidade de executá-las uma vez eleito, nada mais. E essas coisas não advêm mediante pesquisas. 

Desse modo, para nós essa tralha em nada serve. Então, serviria aos candidatos? É, poderia argumentar alguém que, isso os ajuda a corrigir rumos de suas campanhas conforme seu desempenho nas ditas amostragens.  Ora, quem diz o que o eleitor quer ouvir apenas para melhorar seus índices começa a usar falsidade desde antes de eleito.   

Se, um candidato qualquer tem ideias distorcidas da realidade e nelas acredita, que as defenda até o fim da campanha; se, escolhido mesmo assim, ninguém poderá reclamar após. Agora, investigar o que o povo gostaria de ouvir para depois prometer que isso fará é construir castelos no ar.

Ademais, se é do interesse dos partidos saber a evolução das intenções de voto, que os tais façam pesquisas internamente, e se adaptem às variações detectadas como lhes convier, ninguém além deles, precisa saber de tais números. 

Assim, chego à preocupante conclusão que, as duas possibilidades honestas da utilidade das pesquisas inexistem. Restaria, talvez, outra, desonesta. 

Sim o uso da “máquina” por quem a domina para manipular tais amostras, a fim de criar um cenário fictício e direcionar os eleitores com a distorção dos fatos.  Ninguém pode ignorar que a obstinação do IBOPE em manter Aécio preso aos dezenove por cento até à véspera e no último dia dar um “salto” para vinte e sete foi muito suspeito. Pior, ainda saltou muito baixo, deveria ter dado outro pulo igual para atingir o patamar da verdade.

Assim, fica difícil acreditar na idoneidade de tal instituto.  Dado que,  na Bahia o erro foi contra o PT,  não a favor, como nos demais casos que citei, restaria a hipótese “virtuosa” do erro de método usado. 

Como aquele é um caso pontual, deve ser entendido em seu contexto. De qualquer forma, seja errando por meio de corrupção, seja falhando pela escolha do método, em nenhum dos casos a coisa se mantém; afinal, quem gostaria de basear suas ações sobre o patamar de erros alheios?   

Entretanto, darão duas ou três explicações sem pé nem cabeça e seguirão torrando nosso saquinho durante o segundo turno com a mesma baboseira de sempre. 

Pelos motivos postos e pela minha paciência esgotada para com eles, eu gostaria muito que tais se recolhessem as suas insignificâncias. Ou, se quiserem “acertar” dessa vez, que mudem suas garantias. 

Depois de suas sábias previsões, que advirtam aos eleitores que a margem de erro é de 20% para mais ou para menos, e que a possibilidade de erro é de 50%. Garanto que, assim, acertam “na mosca” e recuperam sua “credibilidade”.   

Não bastasse a corrupção de toda sorte no governo, ainda grassa, vergonhosa manipulação, até quando?

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