Os grandes derrotados, sem dúvida alguma,
nesse primeiro turno das eleições foram os institutos de pesquisa. Apesar da
ousada “garantia” que a margem de erro era de dois por cento pra mais, ou,
menos, e a probabilidade de acerto de noventa e cinco por cento,
vergonhosamente entraram mui fundo nos fatídicos cinco restantes onde reside a
falha.
Fica difícil acreditar que se
trata de erro de método, simplesmente. A coisa parece mover-se à partir de
interesses escusos, encomendados.
De Aécio falavam em 19 a 21 por cento durante
todo o tempo. Apenas no último dia, o que torna extremamente suspeito, o IBOPE
lhe atribuiu 27%. Mesmo assim, ficou muito aquém dos 33, 5 obtidos por ele.
No
RS, onde vivo, colocavam Sartori em terceiro lugar o tempo todo, e de última
hora em “empate técnico” com Ana Amélia, mas, sempre, ambos mui atrás de Tarso
Genro. Porém, venceu por larga margem.
Ao Senado também, deram 37 % para o “cavalo
do comissário” Olívio Dutra e 31% para Lasier Martins; entretanto, esse venceu
àquele por dois pontos percentuais.
Há muitos exemplos mais, e um ou outro,
acertos também, mas, mesmo relógio parado acerta a hora duas vezes por dia, de
modo que pouco valem tais acertos para salvaguardar a utilidade de tais
institutos em nosso cenário.
Já que nos
encheram o saco umas duas vezes a cada semana com as “profecias” desses falsos
profetas cabem umas perguntas também: Para quê servem divulgações de tais números? A quem interessa?
Apenas duas possibilidade honestas; uma: Interessa ao eleitor; outra: Aos
candidatos. Vejamos as implicações de
ambas, e a possibilidade de existir outros interesses.
Já discorri noutro texto
que o eleitor “torcedor” que vota em quem está melhor nas pesquisas, “para
ganhar” é um imbecil, que trai a si mesmo quando elege um corrupto pela
satisfação do “voto útil”. Útil para quem?
Os eleitores não precisam de números
para fazer suas escolhas, antes, de pretérito limpo do candidato, propostas
coerentes e possibilidade de executá-las uma vez eleito, nada mais. E essas
coisas não advêm mediante pesquisas.
Desse modo, para nós essa tralha em nada
serve. Então, serviria aos candidatos? É, poderia argumentar alguém que, isso
os ajuda a corrigir rumos de suas campanhas conforme seu desempenho nas ditas
amostragens. Ora, quem diz o que o
eleitor quer ouvir apenas para melhorar seus índices começa a usar falsidade
desde antes de eleito.
Se, um candidato
qualquer tem ideias distorcidas da realidade e nelas acredita, que as defenda
até o fim da campanha; se, escolhido mesmo assim, ninguém poderá reclamar após.
Agora, investigar o que o povo gostaria de ouvir para depois prometer que isso
fará é construir castelos no ar.
Ademais, se é do interesse dos partidos saber a evolução das intenções de voto, que os tais façam pesquisas internamente, e
se adaptem às variações detectadas como lhes convier, ninguém além deles,
precisa saber de tais números.
Assim, chego à preocupante conclusão que, as
duas possibilidades honestas da utilidade das pesquisas inexistem. Restaria,
talvez, outra, desonesta.
Sim o uso da “máquina” por quem a domina para
manipular tais amostras, a fim de criar um cenário fictício e direcionar os
eleitores com a distorção dos fatos.
Ninguém pode ignorar que a obstinação do IBOPE em manter Aécio preso aos
dezenove por cento até à véspera e no último dia dar um “salto” para vinte e
sete foi muito suspeito. Pior, ainda saltou muito baixo, deveria ter dado outro
pulo igual para atingir o patamar da verdade.
Assim, fica difícil acreditar na
idoneidade de tal instituto. Dado que, na Bahia o erro foi contra o PT, não a favor, como nos demais casos que citei,
restaria a hipótese “virtuosa” do erro de método usado.
Como aquele é um caso
pontual, deve ser entendido em seu contexto. De qualquer forma, seja errando
por meio de corrupção, seja falhando pela escolha do método, em nenhum dos
casos a coisa se mantém; afinal, quem gostaria de basear suas ações sobre o
patamar de erros alheios?
Entretanto,
darão duas ou três explicações sem pé nem cabeça e seguirão torrando nosso
saquinho durante o segundo turno com a mesma baboseira de sempre.
Pelos motivos
postos e pela minha paciência esgotada para com eles, eu gostaria muito que
tais se recolhessem as suas insignificâncias. Ou, se quiserem “acertar” dessa
vez, que mudem suas garantias.
Depois de suas sábias previsões, que advirtam
aos eleitores que a margem de erro é de 20% para mais ou para menos, e que a
possibilidade de erro é de 50%. Garanto que, assim, acertam “na mosca” e
recuperam sua “credibilidade”.
Não
bastasse a corrupção de toda sorte no governo, ainda grassa, vergonhosa
manipulação, até quando?
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