“E ... da sua prata fizeram uma imagem de fundição, ídolos
conforme seu entendimento dos quais dizem: Os homens que sacrificam beijem os
bezerros.” Os 13; 2
Segundo a denúncia, os ídolos derivam o
entendimento humano; da forma como eles entendem Deus.
Mas, de onde surgiu um bezerro? Frequentemente,
meu entendimento é filho de minhas experiências. As coisas que vivenciei forjam
a percepção das pessoas, da vida, de Deus.
Na verdade, a proposta inicial que
deu azo à queda foi precisamente a independência em relação ao Criador; “sereis como Deus, sabendo o bem e o mal”;
sugeriu o traidor. Embora, não se
tratasse de saber, como insinuou satanás, antes, de preferir.
Se o homem
seguisse sabendo sobre o bem não teria fugido de Deus; tampouco, transferido a
culpa, quando passou a “dominar” o bem e o mal. O que se deu com a
“divinização” humana foi o surgimento do relativismo. Agora, invés de, o bem
seguir sendo a justiça, santidade, verdade, como apraz ao Eterno, passou a
residir em outras plagas. Pareceu bem a Adão esconder-se, se possível, enganar
a Deus; transferir a culpa; inocentar-se.
Engano, mentira, cinismo, frutos até então ausentes no Jardim passaram
a ser produzidos pelo sujeito que se
tornou “como Deus”. Se na sua estreia o
pecado foi capaz disso, hoje pode muito mais.
Todavia, esse ser “divino” nunca
se bastou; digo, sempre careceu um deus sobre si. O fato novo foi que, desde
então, passou a forjar o tipo de deus que queria. Assim, invés de seguir sendo
imagem e semelhança do Altíssimo, criou aberrações à imagem de seu entendimento
fajuto, caído.
O homem não é um criador, “stricto sensu”; antes, transformador.
Em termos de meios ( manipula o que existe ) e imitador em se tratado
de formas. ( copia ) Tanto, que, os milhares de deuses imaginados e forjados,
sempre têm a forma de um animal, um corpo celeste, um homem, ou, coisa que os
valha. “mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem
corruptível, de aves, quadrúpedes e répteis.” Rom 1; 23
Mas, voltando, de onde
surgiu a concepção de imagear Deus como
bezerro? Israel fora cativo no Egito por quatro séculos aproximadamente. Lá,
além de outras tantas figuras era cultuada a de um touro, Apis, como deus. Daí,
durante o Êxodo, quando acharam que Moisés demorou no Sinai, se inquietaram por
um “Deus” visível, se serviram da concepção egípcia . O juízo de Deus foi
terrível!
Entretanto, muitos séculos adiante, vemos Israel de novo, às voltas
com o famigerado bezerro, por quê? Afinal, se o entendimento deriva de
aprendizado, experiências, e, a primeira experiência com tal figura fora
desastrosa, por que volveram a ela? Porque as consequências do pecado vão além
da morte espiritual e restrições físicas; o pecado faz enorme dano intelectual;
cega paro o óbvio. Noutras palavras: O pecado emburrece.
Sim, Israel em seu
cativeiro, duvido que contemplou um milagre sequer, genuinamente derivado do
deus Apis; contudo viu maravilhas espantosas quando o Eterno enviou Moisés a
libertar o povo. Consequência lógica elementar: Apis não é de nada; O Deus de
Abraão Isaque e Jacó é o Todo Poderoso.
Porém, não foi tão lógico assim, como
vimos. Como a porca lavada retorna à
lama, o homem acostumado ao pecado tende a volver a ele contra o bom senso, a
lucidez. “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que
habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem
algum; com efeito, querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque
não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” Rom 7; 17 a
19 Paulo apresenta a vontade enferma
como mais forte que o entendimento.
Se,
o Salvador propicia o novo nascimento contra a morte espiritual, trata
consequências do pecado no corpo, curando enfermos; a porta de ingresso à
salvação é intelectual; no entendimento.
Daí o apelo para deixarmos o
relativismo; “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos,
se converta ao Senhor,...” Is 55; 7 Preciso cambiar meu entendimento de “bem”
para receber, enfim, o Bem verdadeiro. “...transformai-vos pela renovação do
vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, perfeita
vontade de Deus.” Rom 12; 2
Sabendo
que a porta se abre na mente, o traíra se faz “porteiro” dos refratários ao
amor de Deus. “o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que
lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de
Deus.” II Cor 4; 4 Imagem muito superior a um bezerro, sem dúvida nenhuma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário