segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O pecado nos emburrece



“E ... da sua prata fizeram uma imagem de fundição, ídolos conforme seu entendimento dos quais dizem: Os homens que sacrificam beijem os bezerros.”  Os 13; 2  

Segundo a denúncia, os ídolos derivam o entendimento humano; da forma como eles entendem Deus.  

Mas, de onde surgiu um bezerro? Frequentemente, meu entendimento é filho de minhas experiências. As coisas que vivenciei forjam a percepção das pessoas, da vida, de Deus. 

Na verdade, a proposta inicial que deu azo à queda foi precisamente a independência em relação ao Criador;  “sereis como Deus, sabendo o bem e o mal”; sugeriu o traidor.  Embora, não se tratasse de saber, como insinuou satanás, antes, de preferir. 

Se o homem seguisse sabendo sobre o bem não teria fugido de Deus; tampouco, transferido a culpa, quando passou a “dominar” o bem e o mal. O que se deu com a “divinização” humana foi o surgimento do relativismo. Agora, invés de, o bem seguir sendo a justiça, santidade, verdade, como apraz ao Eterno, passou a residir em outras plagas. Pareceu bem a Adão esconder-se, se possível, enganar a Deus; transferir a culpa; inocentar-se.  

Engano, mentira, cinismo, frutos até então ausentes no Jardim passaram a ser produzidos pelo  sujeito que se tornou “como Deus”.  Se na sua estreia o pecado foi capaz disso, hoje pode muito mais. 

Todavia, esse ser “divino” nunca se bastou; digo, sempre careceu um deus sobre si. O fato novo foi que, desde então, passou a forjar o tipo de deus que queria. Assim, invés de seguir sendo imagem e semelhança do Altíssimo, criou aberrações à imagem de seu entendimento fajuto, caído. 

O homem não é um criador, “stricto sensu”; antes,  transformador.  Em termos de meios ( manipula o que existe ) e imitador em se tratado de formas. ( copia ) Tanto, que, os milhares de deuses imaginados e forjados, sempre têm a forma de um animal, um corpo celeste, um homem, ou, coisa que os valha. “mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível,  de aves,  quadrúpedes e  répteis.” Rom 1; 23

Mas, voltando, de onde surgiu a concepção de  imagear Deus como bezerro? Israel fora cativo no Egito por quatro séculos aproximadamente. Lá, além de outras tantas figuras era cultuada a de um touro, Apis, como deus. Daí, durante o Êxodo, quando acharam que Moisés demorou no Sinai, se inquietaram por um “Deus” visível, se serviram da concepção egípcia . O juízo de Deus foi terrível!

Entretanto, muitos séculos adiante, vemos Israel de novo, às voltas com o famigerado bezerro, por quê? Afinal, se o entendimento deriva de aprendizado, experiências, e, a primeira experiência com tal figura fora desastrosa, por que volveram a ela? Porque as consequências do pecado vão além da morte espiritual e restrições físicas; o pecado faz enorme dano intelectual; cega paro o óbvio. Noutras palavras: O pecado emburrece.

Sim, Israel em seu cativeiro, duvido que contemplou um milagre sequer, genuinamente derivado do deus Apis; contudo viu maravilhas espantosas quando o Eterno enviou Moisés a libertar o povo. Consequência lógica elementar: Apis não é de nada; O Deus de Abraão Isaque e Jacó é o Todo Poderoso.

Porém, não foi tão lógico assim, como vimos.  Como a porca lavada retorna à lama, o homem acostumado ao pecado tende a volver a ele contra o bom senso, a lucidez. “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito, querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.” Rom 7; 17 a 19  Paulo apresenta a vontade enferma como mais forte que o entendimento.   

Se, o Salvador propicia o novo nascimento contra a morte espiritual, trata consequências do pecado no corpo, curando enfermos; a porta de ingresso à salvação é intelectual; no entendimento. 

Daí o apelo para deixarmos o relativismo; “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos, se converta ao Senhor,...” Is 55; 7 Preciso cambiar meu entendimento de “bem” para receber, enfim, o Bem verdadeiro. “...transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 2  

Sabendo que a porta se abre na mente, o traíra se faz “porteiro” dos refratários ao amor de Deus. “o deus deste século cegou entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 4 Imagem muito superior a um bezerro, sem dúvida nenhuma.

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