“O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” Jo 10; 10
Nessas
vinte e três palavras temos uma síntese de todo o drama Divino-humano
que se desenrola na Terra. A vinda do ladrão, a antiga serpente
enganadora, e a réplica Divina trazendo a “Estrela de Jacó”, Jesus
Cristo. O primeiro para roubar, matar, destruir; o Segundo, para “desfazer as obras do diabo”.
Desde
o Éden ao Calvário, dezenas de profecias foram dadas aos judeus sobre a
vinda o Salvador; se bem que a da Estrela de Jacó, propriamente, veio
através de um gentio, Balaão.
Segundo
os cientistas o sol é uma estrela; sua incidência sobre a terra diverge
das demais dada a distância não a grandeza que seria muito inferior.
Pois, sobre o Senhor, há também metáforas que o fazem um Sol. Em
Malaquias, atrelado à justiça; “Mas para vós, os que temeis o
meu nome, nascerá o sol da justiça, e cura trará nas suas asas; e
saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.” Mal 4; 2 Figura bem semelhante usou o Próprio Senhor: “…se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens.” Jo 10; 9
Nos hinos hebraicos a bênção Divina não se divorcia da justiça, que demanda retidão. “
Porque o Senhor Deus é um sol e escudo; o Senhor dará graça e glória;
não retirará bem algum aos que andam na retidão.” Sal 84; 11 Nos lábios de Zacarias encontramos o “oriente do alto” associado à misericórdia; “Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, Com que o oriente do alto nos visitou;” Luc 1; 78
Interessante que o advento do Salvador associado à justiça e à
misericórdia foi cantado nos Salmos também; ali, acrescido de outro bem,
a verdade e ensejando paz; “A misericórdia e a verdade se
encontraram; a justiça e a paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e
a justiça olhará desde os céus.” Sal 85; 10 e 11
A bem da verdade, e em busca da paz com Deus, Justiça e misericórdia são indispensáveis para seres como nós, que vivem “entre a serpente e a Estrela” como definiu poeticamente a mulher, o cantor Zé Ramalho.
Esse
ínterim, ainda que possa ser situado cronologicamente da queda humana à
redenção em Cristo, é muito mais, nosso “status quo” espiritual, nossas
oscilações entre obediência e rebeldia, pecado e arrependimento.
Assim,
se aos olhos Divinos toda transgressão demanda o reparo da justiça, e,
nossas “posses” nos fariam eternos inadimplentes, Ele satisfaz Sua
Justiça mediante misericórdia. Imputa a nós a Justiça de Cristo,
demandando apenas, arrependimento e confissão.
Muitos
devaneiam que a existência de Deus por si só, deveria por fim a todas
as guerras, fome, enfermidades que há na terra; sendo esses fatos,
“provas” que Ele não existe. Ora, o fim dessas coisas e o paraíso
restaurado como sonham tais nefelibatas seria a prova que o diabo não
existe. Ou, estaria preso, como estará por um milênio na volta de
Cristo.
Não
que o Eterno seja sádico, isso seria blasfêmia; sim, Ele é amor, isso é
fato; e é da natureza do amor prezar pela plena liberdade de quem ama.
Essa não é possível sem arbítrio.
No mau uso do amor, pois, o “Anjo de
luz” se tornou Satanás; de igual modo a mulher, instigada pela serpente
se tornou caída e arrastou seu imprudente e também culpado marido.
Essa “herança maldita” nos vem de berço. “Portanto,
como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte,
assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos
pecaram.” Rom 5; 12
Espere!
Dirá alguém; eu nada tive com o erro de Adão e Eva, não tive escolha;
portanto, não é justo que eu seja condenado. É, esse é um lado da
questão. Entretanto, nada tivemos com a Vitória de Cristo, e não é justo
que por Ele sejamos salvos; contudo seremos, caso nos arrependamos e
decidamos Lhe obedecer; e para isso, agora temos escolha.
Paulo sintetiza: “…se
pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom
pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.”
Rom 5; 15
Então,
você, presumido escapista, não poderá se salvar sem Ele, Jesus Cristo;
mas Nele o será, mesmo sem mérito algum. Nada vale tentar transferir a
culpa para alguém, a mordomia de sua alma é sua.
O primeiro casal,
aliás, passou a bola, ou tentou, e nada adiantou; o mesmo poeta empresta
ainda uma sentença útil: “E sei que não será surpresa se o futuro trouxer, o passado de volta…”
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