segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Biografiia espiritual

“Tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar, e vinte e nove anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Abi, filha de Zacarias.  E fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Davi, seu pai.” II Rs 18; 2 e 3

Com esse texto, o cronista começa a narrar o reinado de Ezequias. Forma comum, aliás, sempre que nova biografia fosse escrita; fulano tinha tal idade quando começou a reinar, e fez o que era reto, ou, mau, perante o Senhor.

Diferente das biografias de celebridades que contam peripécias desde o nascimento, a dos reis de Israel começava sempre que chamados por Deus. Embora tais não fossem homens espirituais, como se pretende os do “novo nascimento” em Cristo, já se via como é escrita a história dos salvos: Começa após o chamado de Deus; os feitos pretéritos, absolutamente, não interessam.

Mesmo quanto ao Senhor, há apenas relatos sobre seu nascimento, uma menção aos doze anos, de resto, a informação genérica que crescia em graça e sabedoria, ante Deus e os homens. No tempo de Deus, entrou em cena, e não saiu mais.

De Paulo, o maior dos apóstolos, apenas o incidente da morte de Estevão é mencionado antes da viagem onde se deu sua conversão. Foi ele, aliás, que chamou os atenienses a Cristo, dizendo que Deus desconsiderava o passado destes; Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;” Atos 17; 30

Exortando os romanos a andarem em novidade de vida, Paulo desafia-os a trazerem à luz, algum fruto do passado, se é que alguns se inclinavam a viver ainda daquela forma; “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6; 20 e 21
 
Então, se o passado de um pecador o envergonha em face do novo nascimento, é uma graça extra de Deus, que ele  não conste em nossa biografia.

Entretanto, a conversão tem sido tratada de modo tão superficial, que sequer existe esse “divisor de águas”, entre o passado de erros, e a novidade de vida. Na maioria dos casos se verifica mera adesão eclesiástica, ou, sequer isso; apenas o rótulo de cristão, vivendo cada qual à sua maneira.

Conversão é algo sério, traumático; ruptura, novidade de vida! O abandono da nossa visão da vida, pela versão de Deus! “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele;…” Is 55; 7

Deus se dispõe a apagar nosso passado perdoando; mas, não,  abonar erros deliberados, ignorando. Alguns têm agido como se mudar o rótulo alterasse o produto; não! Nada muda, exceto a informação aparente que passa a ser uma mentira. Aquele que se diz cristão sem mudar de vida faz o mesmo; acrescenta aos seus pecados de antes, o da hipocrisia.

Argumentos em defesa de erros, tipo; eu nasci assim, ao invés de “santificarem” o erro, apenas identificam o hipócrita, que não nasceu de novo; quer andar segundo os instintos naturais, e exibir credenciais espirituais. Ante Deus, sua biografia sequer começou a ser escrita.

Biografia é história de vida, não contos de morte! Paulo ensina: “… quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito da vossa mente; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade” Ef 4; 22 a 24

Precisamos considerar, em âmbito ministerial, que a rejeição e perseguição do mundo identifica os servos de Deus, antes, que o aplauso. Sem essa escusa barata, porém, de descumprir até a imperfeita lei dos homens, e depois se dizer perseguido; a promessa de bênção incide sobre os que são vítimas de mentira, não réus transgressores; “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.” Mat 5; 11
 
Ainda que aceitação social seja agradável,  a aceitação Divina que é vital; ademais, a biografia espiritual, é escrita no céu; Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; e o Senhor atentou e ouviu; e um memorial foi escrito diante dele, para os que temeram o Senhor, e para os que se lembraram do seu nome. E eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve.” Mal 3; 16 e 17

Antes de nossos feitos registrados, é preciso nosso nome no livro de registros celeste, como ensinou o Salvador; “…Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.” Jo 3; 5

Ainda que tenhamos vivido muito, sem a “marcas de Cristo”, seguimos mortos.
“Nada é menos digno de honra do que um homem idoso que não tenha outra evidência de ter vivido muito exceto a sua idade.” Sêneca

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